A importância em empregar pessoas com deficiência

Citação de Bento Amaral: "A importância em empregar pessoas com deficiência"

Em Portugal existem cerca de 1,8 milhões de pessoas com deficiência (Censos 2011), o que corresponde a cerca de 18% da população. No entanto, apenas 23% destas pessoas estão empregadas, o que significa que há uma grande margem de progressão neste campo. Neste contexto, ainda é mais agravado se olharmos para os dados de 2022 da Eurostat que refere que existe uma disparidade de 18,2% na taxa de emprego entre pessoas com e sem deficiência.

A importância da empregabilidade das pessoas com deficiência não se resume apenas à inclusão social. Ela tem um impacto significativo na economia, tanto a nível global como pessoal. Quando uma pessoa com deficiência está empregada, ela tem a liberdade de escolher como gastar o seu dinheiro, seja em bens essenciais ou em atividades de lazer, como ir a um espetáculo ou evento. Isso contribui para o crescimento económico do país, pois aumenta a procura por produtos e serviços.

Além disso, uma pessoa com deficiência que esteja a receber subsídios é um encargo para o Estado. Por outro lado, uma pessoa com deficiência que esteja a trabalhar deixa de receber a maior parte dos subsídios e passa a fazer descontos para o Estado, nomeadamente na Segurança Social e IRS. Isso significa que, ao empregar uma pessoa com deficiência, o Estado também beneficia, pois tem mais contribuintes e menos encargos sociais.

No entanto, ainda existem fragilidades no que diz respeito à empregabilidade das pessoas com deficiência. Muitas empresas ainda não estão preparadas para receber e integrar estas pessoas nos seus quadros, seja por desconhecimento, falta de recursos ou preconceito. É importante que as empresas sejam sensibilizadas para a importância da inclusão e que tenham conhecimento dos incentivos fiscais e financeiros para aquelas que empregam pessoas com deficiência, não se sentando, contudo, que estes sejam majorados.

Porém, nem tudo está perdido, empresas como a Humanwinety, capacitam pessoas com deficiência para um futuro emprego na área do vinho e da hotelaria.

Adicionalmente, as potencialidades das pessoas com deficiência também devem ser destacadas. Muitas vezes, estas pessoas possuem habilidades e competências únicas, que podem ser valiosas para as empresas. Além disso, a diversidade no ambiente de trabalho pode trazer benefícios para a empresa, como a criatividade e a inovação.

Entre as competências únicas que pessoas com deficiência podem possuir incluem-se:

– Habilidade de adaptação: muitas vezes precisam encontrar maneiras criativas de realizar tarefas quotidianas, o que pode torná-las muito boas em se adaptar a situações novas e desafiadoras.

– Foco e perseverança: frequentemente precisam trabalhar mais do que outras para alcançar seus objetivos, o que pode torná-las muito focadas e determinadas.

– Empatia: com regularidade têm uma compreensão mais profunda das dificuldades que outras pessoas enfrentam, o que pode torná-las muito boas a comunicar e trabalhar com outras pessoas.

– Criatividade: por vezes precisam de encontrar soluções criativas para superar obstáculos, o que pode torná-las muito criativas e inovadoras.

– Habilidade de resolução de problemas: habitualmente precisam enfrentar desafios que outras pessoas não enfrentam, o que pode torná-las muito boas em encontrar soluções para problemas difíceis.

Concluindo, a empregabilidade das pessoas com deficiência é um tema de grande relevância, tanto a nível social como económico.

É importante que sejam tomadas medidas para promover a inclusão destas pessoas no mercado de trabalho, oferecendo-lhes oportunidades e valorizando as suas potencialidades. Só assim se poderá alcançar uma sociedade mais justa e equitativa para todos.

Bento Amaral


Wine Inspiring Executive at Humanwinety. Bento Amaral é também Professor universitário convidado na área da prova de vinhos. Crítico de vinhos na Revista de Vinhos. Consultor de vinhos em diversas empresas e instituições. Orador motivacional. Campeão do mundo de vela adaptada em 2005 e atleta paralímpico nos Jogos de Pequim em 2008. Recordista mundial oficioso de ski na neve em 2000 (120 km/h). 53 anos e tetraplégico desde os 25 anos. É feliz.


Clipping


Podcast Expresso “A Beleza das Pequenas Coisas”Ouvir

Especial Inclusão: até que ponto a frase “todos diferentes, todos iguais” se sente na lei e no quotidiano das pessoas com deficiência?

É o ponto de partida para uma conversa com merecido tempo de antena entre a Secretària de Estado para a Inclusão, Ana Sofia AntunesTiago Fortuna, co-fundador da Access Lab e Catarina Oliveira, nutricionista, ativista e consultora para a diversidade, com moderação de Bernardo Mendonça.

Amplificador

Uma abordagem para a inclusão de pessoas com necessidades especiais dentro das empresas. Elaine Comodaro, é psicóloga e, ao longo da sua carreira, encontrou na psicologia organizacional uma oportunidade ímpar de impactar um maior número de pessoas.
Atualmente, é coordenadora de gestão de pessoas numa grande empresa que está no ranking de melhores empresas para se trabalhar do Brasil, onde implementou um desafiador e bem sucedido programa para inclusão de pessoas com deficiência.

Agenda

Eventos com acessibilidade física, legendagem, Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição. 

Teatro Municipal São Luiz | Última Memória
2 de abril, Lisboa

Destaque: Depois de As Ondas e Orlando, esta é a última etapa de uma trilogia dedicada a Virginia Woolf, pelas mãos de Sara Carinhas. O guião escrito pela encenadora procura entrelaçar à sua vozes de outras escritoras que dialoguem com os textos de não-ficção de Woolf, para falar sobre o medo de esquecer e a necessidade da inscrição e da revisão da memória. Um espetáculo em jeito de conferência-monólogo que se possa de vez em quando confundir com uma festa (e que perigos corre uma festa?), através da qual a atriz partilha referências que alimentem ideias, frames de vida, pensamentos inacabados, dúvidas e propostas, oscilando entre o guião fixo que redigiu e a improvisação, ou esquecimento, do momento.

+ info: São Luiz Teatro Municipal

Acessibilidade: Evento com interpretação em Língua Gestual Portuguesa (2 de abril, 16h).


Teatro Municipal do Porto | Eu não sabia que dançar era por dentro
6 de abril, Porto

Destaque: Uma sessão dedicada à poesia de Filipa Leal, cuja escrita mete o dente, surpreende, provoca, seduz, enreda-nos num estilo viciante que é só seu. Filipa Leal cresceu bem, cresceu a favor do vento, “cada célula sua dança e celebra o céu”. Com a idade aprendeu a dançar até ao fim, que a vida é sem intervalo. Filipa Leal escreve para quem a sabe ler. Uma festa da poesia, um ato de resistência, com a presença de alguns fumadores de emoções.

+ info: Teatro Municipal Porto

Acessibilidade: Interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

Mais sugestões em www.cultura-acessivel.pt

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