Embora as suas vozes se ouçam cada vez mais alto, as pessoas com deficiência continuam a enfrentar barreiras complexas e multifacetadas no acesso ao mercado de trabalho. No Santander, já é antiga a convicção de que é preciso mudar o paradigma, e é por isso que a integração de pessoas com deficiência tem sido central na agenda social da Fundação.
Nos últimos anos, o Santander integrou 18 pessoas com deficiência nas suas equipas, atingindo 2,7% do total de colaboradores com 60% ou mais de incapacidade. Um dado relevante quando comparado com o cenário mais amplo do setor privado, onde a taxa média de inclusão é de apenas 0,59%, ainda aquém das quotas mínimas de 1% e 2% para médias e grandes empresas, respetivamente.
Educação e novas abordagens à diversidade
Embora as quotas desempenhem um papel importante, a verdadeira inclusão requer uma transformação genuína na nossa abordagem à diversidade, e é aqui que a educação assume um papel crucial. Garantir o acesso a uma formação adequada permite que as pessoas com deficiência tenham a oportunidade de competir de forma justa, desafiando estigmas, eventuais descrenças e promovendo uma maior e mais duradoura inclusão e equidade no mercado de trabalho.
Os benefícios da inclusão são claros e substanciados por dados. Quando trazemos para o mercado de trabalho pessoas com diferentes competências, perspetivas e experiências, criamos um ambiente fértil para a criatividade e a inovação. Um estudo da Accenture evidencia que empresas que priorizam a inclusão de pessoas com deficiência registam um aumento de 28% nos resultados de 30% no lucro operacional, além do aumento da satisfação e vinculação por parte dos colaboradores.
Através de parcerias, a Fundação Santander tem demonstrado como o investimento em educação pode fazer uma diferença real na vida das pessoas. Os projetos da Associação Salvador, da EPIS (Empresários pela Inclusão Social) e da APSA (Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger), nos quais se incluem bolsas de estudo, estágios e orientação vocacional, são provas de como a formação e o acompanhamento especializado podem abrir portas. No caso da ASPA, a taxa de empregabilidade dos jovens no Programa Emprego/Jovens na Casa Grande é de 75%. Na Associação Salvador, cerca de 70% encontrou emprego após participação no projeto, e mais de 90% conta com vínculos contratuais estáveis.
Elevar a capacidade de adaptação das empresas
Se é certo que a educação é um grande motor da empregabilidade, também é crucial que as empresas estejam preparadas para adotar – e monitorizar – as práticas inclusivas. O foco não deve estar somente na pessoa com deficiência, mas no incremento da capacidadede adaptação das empresas. A preparação e formação contínua dos RH e managers para receberem novas pessoas com deficiência nas suas equipas, bem como para apoiarem o desenvolvimento dos atuais colaboradores, é fundamental para assegurar que a diversidade se traduz numa verdadeira integração no local de trabalho.
No Santander realizamos entrevistas periódicas com colaboradores com necessidades específicas e respetivos gestores para avaliar e melhorar o suporte oferecido pelo Banco, além de criarmos e disponibilizarmos ebooks, manuais e guias de linguagem inclusiva e boas práticas. Esforçamo-nos para que as diferenças sejam impercetíveis e isso passa, também, pela acessibilidade: no edifício sede do Banco Santander, foram muitas as mudanças em prol da inclusão, desde as portas de abertura automática, aos elevadores com controlo por voz, aos móveis e espaços adaptados.
Sinergias, o caminho para a transformação
O ambicioso programa PESSOAS 2030, que visa melhorar a inclusão de pessoas em risco de exclusão, incluindo as pessoas com deficiência, através da qualificação profissional e integração no mercado de trabalho, é prova de que ainda há muitas medidas para implementar nas empresas.
Celebremos os avanços, mas fortaleçamos as sinergias entre públicos e privados nesta missão que é de todos. Como ativador e parceiro, a Fundação continuará a investir na inclusão e a defender que não é necessário criar um mundo à parte, mas transformar o mundo em que vivemos num lugar de todos.
Inês Oom de Sousa
Presidente da Fundação Santander Portugal, Inês Oom de Sousa está ligada ao Santander desde 1997. Foi responsável de ESG do Grupo Santander a nível da Europa e integrou a Comissão Executiva do Banco entre 2016 e 2021. Esteve à frente de diferentes áreas, nomeadamente Meios de Pagamentos, Marketing, Seguros, Gestão de Ativos, Banca Privada, Daily Banking, Multicanalidade, Banca Responsável, Universidades e Produtos e Serviços de Particulares e Empresas. Licenciada em Economia pela NOVA SBE, possui ainda um Mestrado na mesma área.
Megafone
Proposta musical com The Gift a interpretarem “Music” ao vivo. Há 12 anos que a acessibilidade é uma preocupação da banda: nesta digressão, “Coral Histórico”, que arrancou em maio, todos os concertos são inclusivos com três intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (LGP), um especialista em audiodescrição, e um técnico no terreno. Dias 25 e 26 de setembro, os The Gift passam por Lisboa, com concertos no Castelo de São Jorge. Com LGP e audiodescrição.
Clipping
Pessoas com deficiência ganham menos 16% do que pessoas sem deficiência
Dados divulgados por um estudo da Organização Internacional do Trabalho, que analisa 30 países. De acordo com a agência das Nações Unidas, as pessoas com deficiência ganham, em média, menos 16% do que as pessoas sem deficiência em Portugal, uma informação confirmada pela Fundação Eurofirms na semana em que se celebra o Dia Internacional da Igualdade Salarial.
Agenda
Eventos com acessibilidade física, legendagem, Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição.
Inauguração CAM – Centro de Arte Moderna | Fundação Calouste Gulbenkian
21 e 22 de setembro | Lisboa
Destaque: Dia 21 de setembro inaugura o novo CAM (Centro de Arte Moderna) da Gulbenkian, em Lisboa. Uma inauguração com uma programação de luxo e de entrada livre, abre também portas à comunidade Surda. Vão estar disponíveis coletes vibratórios em duas atuações no dia 21 de setembro, no Engawa Jardim, com dois DJ sets:
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Nídia às 21h30
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Tim Reaper às 23h30
Limitado ao stock existente, os coletes vibratórios são colocados no local, num posto de assistência devidamente sinalizado. Basta comparecer.
+ info: Inaguração CAM
Acessibilidade: Dj set com possibilidade de utilização de coletes vibratórios. Acessibilidade física.
Festival Caixa Alfama | Alfama
27 e 28 de setembro | Lisboa
Destaque: Dias 27 e 28 de setembro, Alfama enche-se de guitarras portuguesas e vozes bem colocadas. Canta-se o fado no festival Caixa Alfama.
A 12.ª edição mantém a acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada e para pessoas Surdas. Além do bilhete de acompanhante, todos os concertos do Palco Caixa têm interpretação em Língua Gestual Portuguesa. Há 5 palcos com áreas reservadas para pessoas com mobilidade condicionada. O palco Santa Casa tem também uma área reservada para pessoas Surdas.
Os diversos palcos do Festival Caixa Alfama espalham-se pelo bairro de Alfama, um local histórico cheio de memórias, de estórias e de fadistas.
+ info: Caixa Alfama
Acessibilidade: Concertos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, acessibilidade física. Bilhete de acompanhante.
Festival Vapor | Museu Nacional Ferroviário
27 e 28 de setembro | Entroncamento
Destaque: Organizado pelo Município do Entroncamento, Museu Nacional Ferroviário, o Festival Vapor reúne anualmente um programa multidisciplinar de música, performance, cinema, literatura, teatro, exposições, oficinas e atividades para todas as idades. O steampunk é um subgénero da ficção científica e inclui diversas expressões artísticas cruzando estilos do século XIX com a atualidade e elementos do universo do Fantástico. No Festival Vapor a música convive lado a lado com uma das mais importantes coleções europeias de Património Ferroviário. Colocando as artes, tecnologia e ciência como arautos de um futuro melhor, mais diverso, inclusivo e sustentável.
+ info: Festival Vapor
Acessibilidade: Bilhete de acompanhante, acessibilidade física, concertos e espetáculos com interpretação em LGP.
