Estamos a criar uma comunidade de pessoas com e sem deficiência, comprometidas com a cultura, direitos humanos e responsabilidade social.
Inscreva-se na nossa newsletter para receber histórias sobre pessoas, barreiras ultrapassadas, casos de sucesso e sugestões de eventos acessíveis. Conheça abaixo as histórias de quem já faz parte da Comunidade Access Lab e leia aqui textos já publicados.
“A audiodescrição levou-me de volta ao Teatro. Dá-me liberdade e destreza.”
Graça Santos
"Fiquei paraplégico aos 24 anos. Durante alguns anos via teatro e concertos. Era novo e lá ia enfrentando as inacessibilidades com a ajuda dos amigos. Escadas acima, escadas abaixo. Entrar por portas nas traseiras, bastidores ou atravessando uma cozinha para chegar à sala principal. Ficar empoleirado a uns dois metros de altura em cima dum paralelepípedo num espetáculo dos Fura dels Baus, içado a força de braços. Dava trabalho, muito trabalho, para além do tratamento por vezes humilhante, frequentar estes espectáculos inacessíveis. Fui deixando de frequentar. Não sei se foi por passar a não admitir a discriminação, por já não andar com um bando de amigos atrás ou porque me cansei."
Jorge Falcato
“A interacção entre as pessoas com deficiência e Surdas com os profissionais precisa de ser mais inclusiva: na acessibilidade física, comunicacional e atitudinal. O que presenciamos hoje em dia é fruto da falta de preparação e desconhecimento.”
Catarina Oliveira
“É raro encontrar pessoas Surdas nos teatros, museus, espetáculos ou concertos porque não oferecem Língua Gestual Portuguesa. É importante adaptar estes espaços para que nós, pessoas Surdas, sejamos incluídos na sociedade através da cultura.”
Ana Lopes
“Ir a um concerto significa estar pronta para enfrentar um batalhão. Muitas pessoas não conseguem ir sem acompanhante. Os bilhetes são pagos a dobrar, o custo recai na pessoa com deficiência. Ninguém deve ser prejudicado social e economicamente por ter uma deficiência.”
Raquel Banha
“Foi sempre difícil encontrar espectáculos. Ao longo dos anos, assisti a uma melhoria nos acessos mas não, ainda, na forma de aceder e sermos recebidos. Com um planeamento sem envolver pessoas com deficiência, é comum encontrarmos locais pouco adequados. Acredito ser possível mais do que isto envolvendo as pessoas.”
Diogo Martins
“Assinalo o aumento de teatros e museus com audiodescrição, permitindo a pessoas cegas ou com baixa-visão o acesso pleno. A cultura e a arte são pilares centrais da identidade de um país, como negligenciar uma parte da população que dele faz parte? Acredito que nenhum gestor cultural, diretor artístico ou decisor político pensem ser admissível que um grupo de pessoas esteja impedido de assistir a uma peça de teatro, espetáculo ou concerto.”
Irina Francisco
“Como pessoa Surda adoro as vibrações na música ao vivo. O som tem de estar bem alto para senti-las. Sentem-se melhor, por exemplo, em chão de madeira. Gosto de sentir o ritmo através das vibrações e gosto de ser influenciado pelos movimentos das pessoas a dançar.”
Tony Weaver