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Pendurado no gancho frouxo da liberdade e exposto na montra frágil dos bons costumes, acabaste de superar uma travessia que coloca à prova a tua capacidade de ser incluído por aquele que tem o poder de excluir.

Pendurado no gancho frouxo da liberdade e exposto na montra frágil dos bons costumes, acabaste de superar uma travessia que coloca à prova a tua capacidade de ser incluído por aquele que tem o poder de excluir.

Há um debate que tem estado ausente em Portugal: a escolaridade de pessoas com deficiência. Sabiam que apenas 5,4% das pessoas com deficiência completaram o ensino superior e apenas 8,5% o secundário? Isto significa que 86,1% desta população tem o ensino básico ou escolaridade inferior, num país em que o 12.º ano é obrigatório.

Este ano celebramos 50 anos de Democracia, 48 da Constituição da República Portuguesa e 15 desde a assinatura e ratificação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Celebramos a Comunidade Surda e o impacto na construção de espaços seguros, onde a Língua Gestual Portuguesa continue a ser valorizada e reconhecida.

Quando assumi a direção artística do Alkantara em meados de 2018, tinha noção que não sabia quase nada sobre acessibilidade nas artes performativas.

Em 2016, com 21 anos, um acidente de trabalho deixou-me tetraplégico e a minha vida mudou completamente.

Estávamos em 2018, e eu estudava no último ano da universidade, quando descobri o conceito de acessibilidade como deve ser.

Em janeiro de 2020, vim da Alemanha para Portugal após duas visitas nos anos anteriores, que me apontaram para o fato de que muito ainda estava por fazer no âmbito da acessibilidade comunicacional.

Embora as suas vozes se ouçam cada vez mais alto, as pessoas com deficiência continuam a enfrentar barreiras complexas e multifacetadas no acesso ao mercado de trabalho.