Altice Arena: 25 anos da maior sala do país e um novo posicionamento de acessibilidade

Imagem de Jorge Silva Vinha com o título da newsletter: "Altice Arena: 25 anos da maior sala do país e um novo posicionamento de acessibilidade"

Há 25 anos, a EXPO 98 abria as suas portas e, com ela, o então denominado Pavilhão da Utopia, um dos edifícios mais icónicos da Exposição, com uma arquitetura única, e a nossa casa desde essa altura.

Durante a exposição este foi o edifício mais visitado, com três milhões e duzentas mil pessoas. Desde então as nossas portas têm estado abertas a todos os públicos, com diferentes características, especificidades e necessidades.

Há muito que sentíamos o apelo de adaptar as nossas infraestruturas a pessoas com deficiência para que esta fosse, na génese e na prática, uma sala de espetáculos ainda mais inclusiva, preparada para receber todos aqueles que aqui quisessem vir viver um momento de boas experiências e adequada ao tempo atual. E sabíamos que, para as experiências serem realmente boas, era necessário apresentar as condições favoráveis para que, à saída, a descrição da vivência na Altice Arena fosse positiva e memorável, pelas razões certas.

Começámos então a delinear a estratégia e a afinar procedimentos para que nos fosse possível alcançar este objetivo – tornar a Altice Arena na sala mais inclusiva do país e uma referência a nível internacional.

Neste percurso, que se quer sustentado, alicerçado em ações que durem no tempo e alavancado por questões concretas que façam realmente a diferença, estabelecemos uma parceria com a Access Lab.

Foram feitos vários investimentos na Altice Arena:

  • Ao nível do edifício, para facilitar ainda mais a entrada de pessoas com mobilidade condicionada.

  • No bar, para oferecer um serviço de bar com melhor acesso a quem está em cadeira de rodas.

  • Perto dos palcos, uma plataforma ao nível da arena, em fase de licenciamento, para que, as pessoas de mobilidade condicionada possam escolher para que local querem adquirir o seu bilhete.

  • No site, que responde agora de uma forma mais otimizada a vários níveis de deficiência e conta com uma página – Acessibilidade – onde se pode encontrar todas as informações pertinentes para esta comunidade.

  • Ao nível de experiências em concertos, com testes pilotos de audiodescrição, para pessoas com deficiência visual, e coletes sensoriais para pessoas Surdas.

A estreia da audiodescrição na Altice Arena aconteceu a 13 de novembro de 2022, com um concerto de André Rieu. Trata-se de uma forma de narração utilizada para fornecer informações sobre elementos visuais chave. Ou seja, traduz imagens por palavras e é essencial para pessoas com deficiência visual e intelectual. O audiodescritor está num espaço próprio a descrever em direto para o auricular que as pessoas com deficiência visual terão.

A 28 de janeiro de 2023, no concerto de Michael Bublé, a Altice Arena estreou em Portugal uma tecnologia sensorial inclusiva. Foram convidados Surdos que estrearam coletes sensoriais que permitem sentir a vibração da música. Em simultâneo, as músicas foram interpretadas por duas intérpretes de Língua Gestual Portuguesa.

A parceria com a Access Lab traduz-se efetivamente numa maratona que pretendemos correr juntos, passo apasso, com a noção que não conseguimos tudo num dia, mas que implementando ação a ação estamos no caminho de fazer a diferença pela positiva.

No nosso mundo, na realidade da nossa arena, não queremos que a cultura tenha de ser uma escolha e por isso acreditamos que ao desenvolver este projeto de acessibilidade tornamos a cultura acessível para todos.

Jorge Vinha da Silva

Jorge Vinha da Silva é Administrador Executivo e Membro do Conselho de Administração da Arena Atlântico, S.A. – detentora da Altice Arena e da MEO Blueticket,S.A., com mais de 25 anos de experiência em entretenimento, ticketing e eventos corporate, bem como em estratégia e desenvolvimento de negócio, marketing e vendas. Membro do Conselho de Administração da EAA – European Arenas Association como representante do Sul da Europa e Presidente do Capítulo Ibérico da ICCA – International Congress and Convention Association.


Amplificador

A Altice Arena celebrou 25 anos com um Open Day. De portas abertas, o público pôde ver o que se passa atrás das cortinas da Altice Arena. Foram várias as atividades que aconteceram nesse dia, e que são recordadas neste pequeno vídeo.

 


Clipping

O espetáculo de Lewis Capaldi em Glastonbury mostrou o melhor do espírito humano – e colocou a deficiência no centro das atenções

 

Ler artigo em inglês – The Guardian

“Ainda há poucas pessoas com deficiência visíveis em cargos públicos e ainda menos na indústria musical. Para além de Stevie Wonder, quantas vezes se viu um artista com deficiência com um lugar de destaque em Glastonbury? Ou em qualquer outro festival? Não se trata apenas do facto de Lewis Capaldi ter uma deficiência, mas de esta estar presente e ser visível num momento de triunfo. Isso pode ser confuso para alguns. As pessoas sem deficiência são ensinadas desde muito cedo que as pessoas com deficiência ou são trágicas ou são inspiradoras – se não estão a “ultrapassar” o que as “impede”, estão a falhar miseravelmente.”

Agenda

Eventos com acessibilidade física, legendagem, Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição. 

Netflix

Destaque: A plataforma de serviços de streaming, Netflix Portugal tem recursos e ferramentas de acessibilidade. Há funcionalidades de acessibilidade disponíveis para ajudar pessoas com necessidades específicas auditivas, visuais ou de mobilidade física como sistemas de audição assistida, audiodescrição ou controlos de luminosidade. Algumas sugestões:

– Beef/Rixa –
O argumento central de Beef acontece em Los Angeles. Trata-se de um momento de raiva ao volante entre duas pessoas de classes sociais diferentes entre um empreiteiro fracassado e uma empresária insatisfeita dá início a uma disputa que revela os seus impulsos mais obscuros.

– Rabo de Peixe 
– Inspirado num acontecimento verídico que aconteceu em 2001 quando um navio de carga naufragou em Rabo de Peixe, Açores, com meia tonelada de cocaína. A história, ficcionada, acompanha a aventura de um pescador que vê no contrabando, a possibilidade de uma vida melhor. A série, de produção nacional, tem sido aclamada além-fronteiras com um sucesso inimaginável.

 Mais sugestões em www.cultura-acessivel.pt

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