Em setembro de 2024 podemos orgulhar-nos de ter um cenário diferente para a acessibilidade nos eventos mainstream em Portugal. O que aconteceu?
Cristiano Ronaldo entrou em campo com Sofia Monteiro, em junho, no jogo Portugal x Irlanda. Dua Lipa conheceu duas pessoas Surdas, desafiada pelo 5G da NOS, no NOS Alive. Já o MEO estreou um posicionamento estratégico – “Música com Sentido” – no MEO Marés Vivas para elevar pessoas com deficiência, Surdas e neurodivergentes. Em paralelo, a SIC e o Expresso têm Tomás Delfim, jornalista cego, a cobrir os Jogos Paralímpicos. Para encerrar, os festivais Rock in Rio Lisboa e MEO Kalorama realizaram as suas edições mais acessíveis de sempre.
São cinco vitórias de representatividade para comunidades que têm sido apagadas pelo capacitismo. Pode encarar-se como uma enorme conquista para quem trabalha na área e também para um reconhecimento mediático positivo, de esperança sem miserabilismo. Quase de repente, afinal, percebemos que estas pessoas também se divertem, participam na cultura, desporto e entretenimento.
Orgulha-nos muito na Access Lab saber que construímos projetos honrosos com a Federação Portuguesa de Futebol, a NOS e o MEO. O mesmo vimos acontecer com colegas que admiramos no Expresso, no MEO Kalorama e no Rock in Rio Lisboa.
E agora?
Continuamos. O grau de exclusão continua a ser um colosso interseccional: passa pela saúde, educação, emprego, participação cívica, desportiva e cultural. Demos dois passos – um gigante, para o trabalho de visibilidade, e um pequeno, mas sólido, na verdadeira inclusão.
A todos nós, que fizemos parte desta mudança, importa ter em consideração que temos a responsabilidade de manter o espaço mainstream do entretenimento aberto. Continuemos a fazê-lo com responsabilidade, sentido de missão e investimento.
Tem sido uma boa caminhada!
Tiago Fortuna e Jwana Godinho
Megafone
Clipping
Entre a solidão e a comunidade: em Nova Iorque encontrei um pedaço de identidade
Texto de opinião de Tiago Fortuna, depois de uma viagem a Nova Iorque: “Sonho com uma sociedade diferente – é essa a razão pela qual me levanto da cama. Em Nova Iorque vislumbrei mais um pedaço da minha identidade: quero tanto espaço para a individualidade como para expor a minha vulnerabilidade a outras pessoas. Sem medo da dor, da doença e das imperfeições.”
Agenda
Eventos com acessibilidade física, legendagem, Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição.
AMPLA | LU.CA – Teatro Luís de Camões
7 e 8 de setembro | Lisboa
Destaque:A Ampla é uma mostra de cinema que reúne filmes premiados nos principais festivais de cinema que acontecem em Portugal. Para ser o mais inclusiva possível, todos os filmes são exibidos com legendas descritivas, interpretação em Língua Gestual Portuguesa e audiodescrição.
+ info: LU.CA
Acessibilidade:Audiodescrição, Língua Gestual Portuguesa e sessões descontraídas.